quinta-feira, abril 01, 2004

Injúrias de Louçã

Veio hoje na LUSA:

A associação "Mulheres em Acção" apresentou hoje no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) uma queixa contra Francisco Louçã e Alda de Sousa, do Bloco de Esquerda, por injúrias violentas e graves. Segundo a associação contra a descriminalização do aborto, Francisco Louçã e Alda de Sousa "injuriaram violenta e gravemente" este grupo a propósito de um colóquio sobre a eventual relação entre o aborto e o cancro da mama, realizado no dia 10 de Março na Casa Amarela, propriedade da Assembleia da República.
Nessa altura, refere o grupo em comunicado, Francisco Louçã e Alda de Sousa "agrediram repetidamente a associação com os epítetos de «fanáticos» e «fundamentalistas» e acusaram-na de propalar «fraudes» e «mentiras» e de «distribuir folhetos aterrorizadores a crianças, invocando o canibalismo»". Num comunicado divulgado no dia anterior à realização do colóquio, o Bloco de Esquerda considerou "lamentável" que os movimentos contra a descriminalização do aborto utilizem instalações do Estado para divulgar "falsificações científicas".
Sustentando que a associação "não pode deixar em claro essas reiteradas ofensas ao seu bom nome", o grupo apresentou hoje no DIAP uma queixa crime por considerar que se trata de "matéria que pode implicar responsabilidade criminal e civil", cuja apreciação compete exclusivamente aos tribunais.
"Numa sociedade democrática não podem ficar impunes à calúnia e difamação aqueles que sustentam posições contrárias no espaço público, porque minam a cultura de tolerância, de respeito pelo outro e pela sua dignidade e de debate racional e civilizado em que se baseia a democracia", refere a associação "Mulheres em Acção".
Além disso, acrescenta a associação, "o insulto gratuito, infamante e repetido" por parte de Francisco Louçã e Alda Sousa, tem uma intenção "claramente censória e intimidatória".
"Pretendem amordaçar ou calar vozes diferentes. Desejam inibir, reprimir e condicionar a liberdade dos que pensam diversamente. Sem legitimidade, nem direito", sublinha a associação.
A Agência Lusa contactou o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda que disse apenas não ter conhecimento de qualquer queixa contra Francisco Louçã e Alda de Sousa.


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