sábado, abril 24, 2004

CDS/M quer novo ciclo económico para a Madeira

Quer a ACIF (a importante Associação Comercial e Industrial do Funchal), quer o CDS-PP defendem ser necessário um novo ciclo económico na Região Autónoma da Madeira, em que uma das principais ideias é a de que o sector público deve ceder lugar de destaque ao privado.
Ontem à tarde, no final de uma reunião entre as duas instituições, no âmbito das jornadas do CDS-PP/Madeira sobre Economia, Turismo e Transportes, José Manuel Rodrigues, líder do CDS/PP na Madeira, afirmou: «Comungamos de algumas ideias sobre a evolução da economia regional». Ambas as instituições defendem que o Governo Regional deve criar incentivos ao investimento privado, no sentido de alterar as proporções actuais: 85% público e 15% privado.
Tal tem acontecido também por um incorrecto uso dos incentivos da União Europeia. «Nos QCAs, desde 1986, o sector público tem absorvido grande parte dos apoios», diz José Manuel Rodrigues. Exemplos dados pelo líder do CDS/PP: o PAR - Programa de Apoio Rural e a Formação Profissional. Em ambos os casos, o sector público usufruiu da maior parte dos fundos disponíveis, quando, frisou o líder democrata-cristão madeirense, estes deveriam ter dinamizado o sector privado.
Por isso, conclui o CDS/PP, «é necessário um novo ciclo económico, na região, onde o sector privado seja um dos motores da economia».

Estas jornadas temáticas iniciaram-se na segunda-feira, com uma conferência sobre o tema “Internacionalização da Economia Portuguesa” em que foi orador o porta-voz nacional do CDS-PP, António Pires de Lima [na foto: ao lado de José Manuel Rodrigues e do deputado regional Luciano Homem de Gouveia].
Pires de Lima afirmou estar de acordo com os três objectivos acabados de anunciar pelo Governo português, no âmbito da iniciativa “Portugal em Movimento”: (1) produtividade equivalente a 75% da média da União Europeia, aumentando dos actuais 60%: (2) exportações correspondendo a 40% do Produto Interno Bruto; e (3) investimento igual a 3% da riqueza criada anualmente - tudo objectivos a alcançar até 2010.
«Portugal precisa de entrar num ciclo positivo de crescimento e, acima de tudo, precisa de ter empresas mais sólidas, mais competitivas e produtivas, que dependam menos do Estado», realçou António Pires de Lima, acrescentando que «é necessário dar espaço à iniciativa privada, ao empresariado livre, porque pensamos que esse é o valor principal da economia de um País».

[ DN-Madeira | Jornal da Madeira ]