terça-feira, abril 27, 2004

O faccioso de serviço

O jornalista João Pedro Henriques, do PÚBLICO, foi ontem o faccioso de serviço à linha bloquista da secção política do jornal.
A peça CDS Falta Hoje às Condecorações é, toda ela, mais um monumento de falta de isenção e de "jornalismo-de-ataque" ou "jornalismo-de-encomenda": o jornalismo com óculos escuros e lentes vermelhas.
Mas, às tantas, excede-se a si mesmo:

No léxico do CDS/PP a revolução passou a ser "a data". Mais precisamente: "A data em que Portugal reencontrou a liberdade", segundo disse o líder do CDS/PP e ministro da Defesa, que passou a sessão solene no Parlamento a mascar pastilha elástica e a "despachar" papéis.

Quanto ao pudor em pronunciar revolução como palavra proibida, não ouve bem e, ao menos, não ouviu certamente o discurso de Miguel Anacoreta Correia. E conhece-nos manifestamente mal. Mas conhecerá manifestamente bem a "encomenda".
Quanto ao mais, devia estar certamente distraído. Ou melhor, demasiado atento para cumprir a "encomenda".