terça-feira, abril 27, 2004

Sobe & Desce

A SUBIR

Durão Barroso
Tem revelado a clareza meridiana e a disposição firme de um verdadeiro estadista, mais preocupado em governar o País e contribuir decisivamente para o seu desenvolvimento sustentado do que em fazer promessas com possíveis efeitos eleitoralistas. O recente artigo no “Jornal de Notícias” [v. Chamamento ao Portugal que não desiste], é um bom exemplo dessa postura nacional, acima de meros interesses partidários, contra os discursos miserabilistas da oposição do bota-abaixo em que a esquerda light se especializou. Disse Durão Barroso: «Há um Portugal que acredita, que luta, que é capaz de extraordinários exemplos de competência e de mérito. Um Portugal com a ousadia de acreditar poder ser um dos melhores. É nesse Portugal que não desiste que me revejo.» O blog do Caldas também, senhor primeiro-ministro.

Paulo Portas
Celebrou o 25 de Abril, cumprindo uma das promessas mais emblemáticas do Programa do Governo no que diz respeito à indispensável dignificação da imagem do Estado como pessoa de bem. Ao tornar possível a aplicação na prática da chamada Lei dos Antigos Combatentes, alargando o número de beneficiados e humanizando o seu conteúdo, o líder do CDS-PP fez questão de sublinhar o carácter social de tal medida, manifestando o seu orgulho por associar o cumprimento deste compromisso com os ex-combatentes às comemorações do 25 de Abril. Porque a esquerda anda sempre com o “social” na boca, mas quando chega ao poder, esquece rapidamente tudo aquilo que prometeu. A verdade é que, como o próprio disse, foi este Executivo que conseguiu apresentar «a primeira solução global para os ex-combatentes em 30 anos de regime democrático».

Coordenadora Nacional para os Assuntos de Família
Cumprindo o seu programa de acção e explicando-o em palavras simples mas plenas de significado, a coordenadora nacional para os Assuntos de Família, Margarida Neto, tem sido essencial na defesa de valores e convicções fundamentais da democracia-cristã. Além da magnífica entrevista [cont.] que deu há cerca de 15 dias ao PÚBLICO, depois do anúncio pelo primeiro-ministro e pelo ministro Bagão Félix dos "100 Compromissos para Uma Política da Família", O blog do Caldas recorda, só de memória, uma das suas últimas frases num recente debate: «A sociedade é o que forem as famílias. Não a soma aritmética, mas o conjunto de idiossincrasias.» [v. Importância central da família] Mais: «Quem não aprende na família o bem comum, o ser genuíno na vida, não vai aprender nunca.» O melhor é que a coordenadora nacional consegue dizer tudo isto sem complexos e assim contribuir para a criação de uma consciência comum da importância essencial da família na actual sociedade. Nós só podemos aplaudir. De pé e em bom som.


A DESCER

Condecorações do 25 de Abril
Foi com alguma dificuldade que O blog do Caldas conseguiu descobrir um ou dois nomes que não fossem de esquerda ou de extrema-esquerda entre a extensa lista de condecorações atribuídas ontem a propósito das comemorações do 25 de Abril. A conciliação nacional não justifica tudo e é capaz de não ser nada bem servida desta forma. Principalmente quando se atribui a Ordem da Liberdade a uma endocrinologista mais conhecida por “acção revolucionária armada” depois do 25 de Abril do que por combater realmente o regime anterior à revolução – e a verdade pura e simples é que a democracia e a liberdade nada devem a esses métodos e figuras. Pelo contrário, foram postas, por aí mesmo, em gravíssimo perigo. O espectáculo que hoje é dado na fotografia de capa do jornal “Público” – com os gestos afectuosos trocados entre o ex-comandante do tenebroso COPCON e chefe das não menos tenebrosas FP-25, Otelo Saraiva de Carvalho, e a ex-brigadista Isabel do Carmo, dizem mais do que mil palavras. Compreender-se-ia a condecoração das FP-25? E que exemplo e referência é o seu mestre?

João Pedro Henriques
O jornalista do “Público” é assumidamente de esquerda, como podemos ver através da leitura dos textos que escreve no blogue de estimação – Glória Fácil… - em que colabora. Mas também não precisa de exagerar e deturpar a realidade, a qual vai interpretando a seu gosto com óculos fumados e lentes avermelhadas. Sobre as comemorações da revolução do 25 de Abril (está a ver, JPH, como nós não substituímos a palavra revolução?) apenas ouviu as palavras e os discursos do CDS que bem entendeu, excedendo-se a si mesmo no “jornalismo-de-encomenda” que pratica habitualmente. O blog do Caldas regista a forma empenhada como este “jornalismo-de-servir-o-bloco-de-esquerda” se esforça para cumprir a sua aliança com a oposição light. Mas considera triste ver que alguns jornalistas dão mau nome à liberdade concedida pela revolução do 25 de Abril – repetimos, pela revolução do 25 de Abril.

Perseguições em Cuba
Apesar dos hilariantes esforços da esquerda "pitosga", que faz lembrar o célebre cegueta dos desenhos animados, Mr. Magoo – embora sem a simpatia deste –, foram aprovadas com ampla maioria, no Parlamento Europeu, as propostas de emenda e de Resolução sobre a intensificação, há um ano atrás, das perseguições aos democratas cubanos por parte da ditadura castrista, decorrentes da iniciativa dos eurodeputados do CDS. A derrota desta Esquerda magoo foi ainda mais evidente no final do debate de quinta-feira à tarde, quando o comissário Poul Nielson destacou de novo o apoio da Comissão Europeia à Iniciativa Sakharov (v. Cuba no Parlamento Europeu). No Parlamento Europeu, esta Esquerda magoo - já conhecida na linguagem contemporânea como a dos "magooers" - concentra-se particularmente no grupo comunista (GUE/NLG) e irradia pelos socialistas (PSE) e verdes (Verts/ALE). Na semana passada, voltou a ensaiar o esquecimento da ditadura cubana. Saíu-se mal.