segunda-feira, abril 19, 2004

Al-Sadr manda poupar tropas espanholas

Reagindo rapidamente ao anúncio por Zapatero de retirada imediata das tropas espanholas do Iraque, o líder extremista xiita, inspirador da recente onda de violência, Moqtada al-Sadr, apelou aos seus apoiantes para que ponham fim aos ataques contra as tropas espanholas. Fica a dúvida: terá havido negociação?
Isto, além daquela "negociação" que se processa abertamente, todos os dias, na praça pública e que al-Sadr se sente encorajado a ampliar. "Apelamos a que seja assegurada a segurança das tropas espanholas até à sua partida do Iraque, desde que estas não cometam agressões contra o povo iraquiano" , afirmou à AFP um colaborador próximo de al-Sadr, Qais al-Khazaali, prosseguindo: "Os outros países que enviaram tropas para o Iraque estão convidados a seguir o exemplo de Espanha e a retirar as suas forças a fim de perservar a vida dos seus soldados".


Com a devida vénia: cartoon de Gary Varvel do The Indianapolis Star-News, em 15/4/04.

Entretanto, vão sendo conhecidas as reacções internacionais à decisão de Zapatero. Os EUA mostraram-se não surpreendidos e, oficialmente, desvalorizaram o facto. Já o candidato democrata John Kerry criticou o gesto e manifestou o seu desapontamento. O Governo francês não quis comentar, mas exprimiu o desejo de que a Espanha continue a participar na reconstrução do Iraque, solidariamente com todos os países europeus. O Conselho de Governo do Iraque exprimiu a esperança de que não seja uma concessão ao terrorismo. Em Itália as opiniões estão divididas entre os que apoiam e os que criticam asperamente o que consideram ser uma decisão anti-europeia.