sexta-feira, abril 30, 2004

Oposição: barómetro avariado

Telmo Correia, intervindo hoje durante o debate mensal com o Governo, acusou a oposição de ter “uma avaria no barómetro do contentamento” em relação ao levantamento do procedimento por défice excessivo.
“Em matéria de alargamento temos aqueles que, com uma posição realista, têm um optimismo moderado e os que fazem um exercício permanente de pessimismo arrogante”. O líder parlamentar dos populares, disse ter sido este o primeiro debate depois do levantamento do procedimento por défice excessivo a Portugal, por parte da Comissão Europeia. Daí, ser esta uma oportunidade indiscutível para se fazer mais justiça social e nessa matéria felicitou o Governo pela decisão recente de finalmente se fazer justiça aos ex-combatentes.
Já quanto à oposição, o líder parlamentar do CDS-PP, referiu-se ao facto de “a oposição em geral ter uma espécie de avaria no barómetro do contentamento. De ter de alguma forma o barómetro do contentamento ou do descontentamento avariado”.
Começando pelo Partido Socialista, realçou que é óbvio que “o partido que pôs Portugal à beira do cartão vermelho, do descontrole financeiro e que deixou o país com a corda no pescoço, no momento em que essa corda é retirada não tem sequer a humildade de o reconhecer e de se congratular”.
Já quanto aos comunistas, Telmo Correia lembrou que a entrada de países do Bloco de Leste na União Europeia é, para eles, uma tristeza, logo à partida porque acabou o Bloco de Leste. E mais: “se o PCP tivesse ganho o processo revolucionário, e se não tivesse havido o 25 de Novembro, Portugal talvez só agora estivesse finalmente a pedir a adesão à União Europeia.”
Telmo Correia considera que o pessimismo aumenta ainda mais, à medida que se caminha mais para a esquerda parlamentar. Não querendo “deixar de fora a extrema-esquerda, como é evidente”, o presidente do Grupo Parlamentar centrista considerou que aí o pessimismo é completo: “É tudo negro, é o manto negro, é a desgraça, é o país triste, é uma espécie de realidade urbana depressiva permanente que se abate sobre o nosso país”.
Telmo Correia acusou ainda o Bloco de Esquerda de falsear a verdade, acusando mesmo Francisco Louça de ter enganado o país ao dizer que tinha acabado a investigação criminal em Portugal a dado ponto, depois da saída de uma determinada directora: “Não acabou Dr. Louçã! O senhor enganou o Pais.” – sublinhou.
O líder parlamentar do CDS acusou ainda o dirigente do BE, o nosso amigo Francisco Anacleto Louçã, de “ver Portugal como um filme de terror”, para o qual até sugeriu um slogan: “ele falseia tudo, ele deturpa tudo, ele só pode perder”.