quinta-feira, maio 06, 2004

Ideias que fazem caminho

A sugestão veio do CDS-PP, aquando de uma pergunta formulada à Comissão Europeia, há três semanas atrás, a propósito das alegações de tráfico de pessoas e de órgãos humanos em Moçambique: que parte dos “meios humanos, técnicos e financeiros facultados pela União Europeia, no quadro dos programas anuais de apoio da UE ao sistema judiciário moçambicano” , fossem expressamente afectados a este domínio. [v. Comissão internacional de peritos para investigar tráfico em Moçambique ] Seguiram-se contactos directos com o comissário António Vitorino.
Agora, após a reunião de ontem, em Estrasburgo, entre o presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, e o presidente da Comissão Europeia, tornou-se conhecido o seguinte: “A Comissão Europeia anunciou hoje que vai desbloquear 10 milhões de euros para apoiar o sistema judicial e a investigação criminal em Moçambique, que tem entre mãos o caso de alegado tráfico de órgãos humanos, incluindo de crianças.”
O presidente moçambicano afirmou, na ocasião, que a questão do alegado tráfico de órgãos é "uma questão complexa e apreciamos a oferta internacional", admitindo tratar-se de "um problema difícil de resolver" e carecer ainda de esclarecimento sobre os meios necessários para o combater. Romano Prodi comprometeu-se a acompanhar a situação e a ter "bastante atenção ao problema", reconhecendo tratar-se de uma questão de carácter internacional, que também envolve a União Europeia, muitas das vezes o destino dos órgãos traficados por redes internacionais.
Não é ainda a desejada presença directa de peritos europeus e internacionais. Mas, a seguir a outros [v. Moçambique: Comissão Internacional de Peritos pode ser possível] é mais um passo importante nessa direcção.

[ Público | Notícias Lusófonas ]

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