segunda-feira, maio 17, 2004

Europa, sem esquecer África e Brasil

Os eleitos do PSD e do CDS/PP nas europeias prometem bater-se para que Portugal dê o salto rumo ao crescimento económico que se perspectiva. Reunidos na Curia, os candidatos da coligação ouviram Ernâni Lopes defender a aproximação a África e ao Brasil.
O mandatário da coligação «Força Portugal» às europeias defendeu ontem a articulação da política externa com África e o Brasil, para Portugal não ficar “encurralado no canto sudoeste da Europa”. Aos candidatos, reunidos na Curia, Ernâni Lopes frisou que o Parlamento Europeu “está no centro da evolução institucional da União Europeia”. Na sua intervenção, valorizou “o potencial económico da articulação com África e o Brasil”, porque “por aí deverá passar o futuro da economia, mais do que pelas taxas de juro ou o défice do orçamento”. O ex-ministro das Finanças defendeu o aprofundamento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para Portugal ter “um papel mais activo na UE e na projecção da lusofonia à escala global”, focando a necessidade de enquadramento geopolítico no âmbito da Europa e da OTAN, para articular a componente europeia continental com o que designou como componente atlântico-global.
O cabeça de lista da coligação exortou o Governo a prosseguir “com a coragem” que tem demonstrado para enfrentar reformas estruturais em sectores como a segurança social, revisão das leis laborais, saúde e educação, que reputou de necessárias para fazer crescer a produtividade e o emprego. “À excepção dos responsáveis, os principais peritos económicos reconhecem que as políticas seguidas até 2002 geraram perda de competitividade e levaram a falências, deslocalização de empresas e desemprego”, salientou João de Deus Pinheiro, não poupando elogios à ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, “pela determinação e coragem com que conseguiu, em dois anos, retirar Portugal do buraco”.
Garantiu depois que os eleitos da coligação “vão bater-se para que Portugal possa ter meios para dar o salto”, rumo ao crescimento económico que se perspectiva e que deverá ser superior à média europeia em 2006. O deputado Mota Soares criticou o “radicalismo da oposição”, afirmando que atingiu o limite da falta de gosto, com a escolha de apitos amarelos como brinde de campanha. “No PS só ouvimos vozes e temas do passado”, disse Mota Soares, concluindo que o futuro passa pela coligação.


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