quarta-feira, maio 19, 2004

Extremismo e ignorância

Insistindo na tecla do extremismo, o BE resolveu atacar a nova Concordata concluída entre Portugal e a Santa Sé, por considerar que as Concordatas representam "a sobrevivência das relações entre a Igreja e os regimes fascistas".
Ora, as Concordatas são um instrumento, antigo e absolutamente comum, de regulação das relações jurídicas e de outras matérias do interesse da Igreja e dos Estados, muito frequentes nas relações do Vaticano com diversos Estados nomeadamente da Europa e da América Latina.
Só na História de Portugal, podemos citar as Concordatas celebradas nos reinados de D. Dinis (1289, 1292 e 1309), de D. João I (1391 e 1427), de D. Maria II (1848) e D. Pedro V (1857). Tudo conhecidos fascistas, obviamente.
E, para citarmos só algumas das mais relevantes, foram celebradas recentemente novas Concordatas entre a Santa Sé e a Itália (1984), a Polónia (1993), a Eslováquia (2000) e a Eslovénia (2001). Natureza similar têm os três Acordos assinados com a Lituânia, em Setembro de 2000 (relações jurídicos, educação e cultura, e serviço militar). Tudo países fascistas, naturalmente.
O BE ensaia, assim, uma nova mistura explosiva: extremismo, ignorância e... ridículo!