A revista VISÃO sai às quintas-feiras. Publicou-se, por isso, exactamente na manhã de 11 de Março, horas ou minutos antes dos terríveis actos terroristas.
Sobre as eleições espanholas, escreve assim, no sumário (pág. 5): «Os eleitores espanhóis vão domingo às urnas, para eleger o homem que irá suceder a José María Aznar. A única dúvida é saber se o Partido Popular agora liderado pelo galego Mariano Rajoy alcançará a maioria absoluta.» E, no interior (pág. 67) destaca: «Em 25 anos de democracia, o país mudou, e muito. A última década foi especialmente prodigiosa: oitava potência mundial, indiferente a crises económicas e sempre a crescer acima da média europeia.»
A revista VISÃO é certamente insuspeita para a nossa EQT (a Esquerda-que-temos).
Assim, quem pode mais negar que, dramaticamente, foram os atentados de 5ª. feira que provocaram a viragem eleitoral, dando a vitória ao PSOE?
É certo que terá havido muita contrainformação, com influência decisiva na opinião "a quente" e nos resultados. Mas qual a pior e a mais decisiva? A forma algo desastrada, inábil e infeliz como o Governo espanhol apontou a dedo em exclusivo a ETA? Ou a agitação imediatamente promovida por diversas fontes anónimas, explorando o clima emocional?
A nossa EQT berra, por aí, que não gosta de quem "não sabe perder". A acusação cai em saco roto. E pior que não saber perder é não saber ganhar.