O PÚBLICO dá nota na edição de hoje do embaraço oficial do PS face às últimas declarações de Mário Soares sobre o "diálogo com a Al-Qaeda":
"A direcção do PS demarcou-se ontem do ex-presidente da República Mário Soares, que defendeu a abertura de canais de diálogo com a rede terrorista Al-Qaeda, considerando tratar-se de uma posição "pessoal" do ex-chefe de Estado. "Na direcção do PS, não comentamos posições pessoais de camaradas nossos", disse à agência Lusa o membro do Secretariado Nacional dos socialistas Pedro Adão e Silva."
O problema é que o PS tem mesmo que comentar, não pode deixar de comentar.
Mas o maior problema para o PS, com as eleições europeias à vista, é que os socialistas bem sabem que as afirmações de Mário Soares são apenas mais um pequeno passo na linha política que os socialistas europeus, junto com "verdes", comunistas e, por vezes, liberais, têm defendido em múltiplas votações no Parlamento Europeu. [ v. Assim não vamos lá ]
O grupo do PSE, em Bruxelas/Estrasburgo, tem-se mostrado realmente obsecado com o que chama de "deriva securitária" e pouco com o combate determinado ao flagelo do terrorismo e tem, por isso, constituído o maior obstáculo a que o Parlamento Europeu vote medidas e recomendações mais adequadas contra a ameaça global que enfrentamos.