Nós sabemos que não há jornalismo objectivo, que é sempre subjectivo, até porque o jornalista não é objecto mas sujeito. Porém, há casos em que se exagera, em que se deixa até a subjectividade de lado e se cai na mais completa "abjectividade".
No "Diário de Notícias" de sexta-feira, mais precisamente na página três, a propósito da interpelação parlamentar do PS no dia anterior, um tal de MARTIM SILVA resolveu botar opinião, decidindo que este tinha sido «o melhor debate da legislatura para o PS». Pior ainda é o título que decide tudo à partida: «Socialistas aproveitam onda espanhola e vencem debate».
Claro que o "Público", sempre mais previsível, também concordou e apoiou tal vitória de Pirro, com os muito previsíveis SÃO JOSÉ ALMEIDA e NUNO SÁ LOURENÇO sentados no cadeirão do júri.
Mas os socialistas "vencem", segundo a opinião de quem? Quem é que decidiu tal grotesca enormidade? O Martim que assistiu a tudo? Os editores que resolveram a questão aos dados na hora do fecho? O director Fernando Lima num momento de inspiração? A editoria do "Público" e a sua brigada parlamentar? A família e os amigos de todos os citados?
Por sondagem não foi. E, se formos ler outros jornais - como, por exemplo, "A Capital" -, lá vem Ferro Rodrigues bem acompanhado por uma bola vermelha e um texto em que se constata a manifesta evidência de que o secretário-geral do PS "manteve a coerência. Sem surpresa, não brilhou no Parlamento".
Sintomático.