O Ocidente com vergonha e a vergonha do Ocidente

«... não me posso calar ao ver os nossos jornalistas, a nossa inteligência, até mesmo nossos políticos experientes, enterrarem os nossos valores, igualarem seitas e terrorismo criminoso aos movimentos armados das nossas colónias, chamarem " resistência iraquiana" à acção meramente destruidora de grupos niilistas, afirmarem em alta voz que não os devemos provocar para não passarmos a alvos justificados.
A democracia é a última etapa do desenvolvimento cultural da chamada civilização ocidental, baseada em valores de liberdade, de direitos humanos, de protecção e de justiça de que nos devemos orgulhar e que devem ser proclamados bem alto face aos valores negativos da morte, do ódio, do fanatismo religioso e do controlo deformador das consciências. A compreensão democrática, o reconhecimento de tantos e tantos erros e crimes que praticaram e praticam as nossas democracias são razão para continuarmos a melhorar e consolidar os nossos valores e não para vivermos como culpados, responsabilizando-nos pela barbárie dos outros e pedindo desculpa aos assassinos que "apenas" querem destruir o Ocidente.»

[ excerto de um artigo de Paulo Mendo no "O Primeiro de Janeiro" de hoje ]