Tudo para concluir assim:
«Àqueles que vêem na vitória do PSOE a vitória da Al-Qaeda, uma pequena mensagem: não lhes passa, nem de raspão, pela cabeça, que o resultado das eleições espanholas seja uma derrota da forma encontrada pela "grande coligação" para combater o terrorismo? É, provavelmente, esta uma mensagem inútil: o totalitarismo não tem, por costume, procurar outras respostas.»
O blog do Caldas leu muitas opiniões, aqui e pelo mundo fora, comentando que a vitória do PSOE decorreu, de forma determinante, dos bárbaros atentados assassinos de Madrid - o que parece ser incontestável.
Leu reflexões sobre os terroristas quererem influenciar os eleitores ou se convencerem de que o podem fazer - tema sobre que rigorosamente reflectia o artigo de Pacheco Pereira, "comentado" por Ana Sá Lopes.
Leu também variadas críticas à forma precipitada como Zapatero declarou a retirada espanhola do Iraque.
Leu ainda outras preocupações sobre a política do futuro governo espanhol face ao terrorismo, nacional e internacional.
Já leu menos a tendenciosa distorção e simplificação de Ana Sá Lopes: os "que vêem na vitória do PSOE a vitória da Al-Qaeda". Mas, seja como for, lemos tudo isto sempre em pessoas e sectores de pensamento e opinião indiscutivelmente democráticos, em Porugal, na Europa e no mundo.
Ana Sá Lopes é naturalmente livre de ter a sua opinião. E de a publicar, nomeadamente em crónica assinada. Mas o que a leva a crismar de "totalitarismo" (sic) todos os que pensam diferente dela? Ela saberá o que é totalitarismo?
Porém, face a esta grosseira simplificação das opiniões diferentes da sua e a tão absurda qualificação insultuosa, a questão mais importante que fica é esta: quando a editora de Nacional/Política de um jornal, ainda que em crónica assinada, dá mostras de tanto sectarismo e de tamanha militância política no seu sectarismo opinioso, quem pode mais pensar que a editoria desse jornal é independente? Quem pode mais pensar que a editoria política do "Público" é desempenhada com a objectividade, o não envolvimento, a isenção, a imparcialidade exigíveis?