Em comunicado publicado ontem na sua página na internet, o Bloco de Esquerda condenou - e muito bem - os atentados em Madrid.
"Repugnante: Atentados em Madrid | 11-03-2004 | Os atentados em Madrid, que vitimaram mortalmente pelo menos 173 pessoas e feriram 600, foram os maiores até hoje ocorridos na Europa. Não foram ainda reivindicados. Sejam quem forem os seus autores, trata-se de um crime repugnante e indignante. O Bloco de Esquerda condena este acto criminoso e fascizante, envia as suas condolências aos familiares das vítimas e espera que os seus autores sejam identificados, julgados e condenados pelo seu crime."
Lemos uma vez. Lemos duas vezes. O Bloco... blá-blá, blá-blá e mais blá-blá, mas... não foi capaz de chamar terrorismo aos actos terroristas praticados em Espanha. Para o partido light do dr. Louçã o que aconteceu foi tão-só um "crime repugnante e indignante" ou um "acto criminoso e fascizante".Fomos ler mais uma vez. Três vezes. Confirmámos. O terrorismo é palavra proibida, mais um dos grandes tabus para aquelas bandas.
Porquê? Serão as antigas ligações perigosas do Bloco à ETA que impedem esta estranha dificuldade de expressão? Será memória de outras ligações perigosas? Ou apenas o eco da velha tradição de sempre da extrema-esduerda?