quinta-feira, março 11, 2004

Donalda em fúria

A deputada do Bloco de Esquerda, Alda de Sousa, que n’O blog do Caldas tratamos carinhosamente como a nossa Don’Alda, acordou mal disposta e foi para S. Bento em grande destempero.
São José Almeida, a jornalista do PÚBLICO, titula: “BE Diz Que Conferência Episcopal Não Manda no Parlamento”. A notícia não diz bem isto. Mas Alda de Sousa tê-lo-á dito mesmo assim ou a jornalista já conhece tão bem – e por dentro - o pensamento do BE, que...
Seja como for, Don’Alda estava fula com a solicitação feita pela Conferência Episcopal para que o Estado legisle de forma clara e precisa sobre a vida humana, o seu conceito e o seu início [ PÚBLICO | Ecclesia].
E, “vai daí”, Don’Alda em brasa achou que os bispos quereriam mandar na Assembleia e berra que não, senhores, não mandam. Prosseguindo, denuncia um alegado “silêncio tumular do PP”. Para logo puxar do consagrado Manual do Disparate: "o Parlamento não deve nem vai discutir concepções teológicas sobre a vida". E terminar com o Delirante Almanaque da Provocação Religiosa: "Não faltará muito para que alguém nos exija a criação de uma comissão parlamentar eventual para estudar a ressureição."
Pergunta-se: interpelar e pedir é mandar? Se assim fosse e se isso não pudesse ser feito, o que sobraria dos direitos de cidadania? Para que serve um Parlamento? Não é para isso? E já agora: o que teme Alda de Sousa em debater com verdade, com clareza e rigor? De preferência, sem preconceitos.
Ninguém pediu "concepções teológicas" na República. A não ser a nossa amiga Don'Alda em fúria. Mas e que tal concepções tout court? Sobre factos.