debate no Caldas
O CDS-PP criticou hoje o "excessivo peso ideológico da esquerda" na comunicação social, com o eurodeputado José Ribeiro e Castro a considerar que "a situação actual é pior do que a vivida após o 25 de Abril".
"Em geral, hoje estamos pior do que no período pós-25 de Abril", considerou o eurodeputado popular num debate organizado na sede do CDS-PP subordinado ao tema "O Centro, a Direita e os Média em Portugal".
Ribeiro e Castro recordou que, "apesar de quase toda a comunicação social ter sido estatizada pela extrema-esquerda em 74 surgiram, como reacção, outros títulos onde a direita tinha expressão". "O país democrático conservador tinha o seu jornal, o que hoje não acontece", salientou.
O eurodeputado defendeu que, actualmente, a mensagem editorial veiculada pela comunicação social é "predominantemente à esquerda". "Há dias em que ler a página de política do 'Público' ou ler o jornal oficial do Bloco de Esquerda é a mesma coisa", comparou.
Também o porta-voz do CDS-PP, António Pires de Lima, afirmou que "a comunicação social em Portugal continua mais à esquerda do que o país real". "Espero que não sejam necessários 48 anos de democracia para que a comunicação social seja equilibrada e um retrato do país", defendeu o dirigente centrista, acrescentando que, "se não estão piores, os tempos continuam perigosos".
Na mesma linha, o advogado Proença de Carvalho, e fundador do jornal "Semanário", afirmou, num testemunho em vídeo apresentado no debate, que "ainda não se pode dizer que o pluralismo esteja consagrado na comunicação social", prevendo que a situação possa ser equilibrada "dentro de uma década".
No debate no Largo do Caldas, onde também participou o jornalista Mário Crespo, voltaram a surgir críticas ao ex-presidente da República Mário Soares, desta vez através do professor universitário João Marques de Almeida.
O especialista de Ciência Política e Relações Internacionais, presença habitual em eventos do CDS, comparou a recente recusa de Mário Soares de realizar um debate político com Paulo Portas com «a menorização com que o Estado Novo tratava os portugueses».
«Há uma raiz autoritária e totalitária no pensamento de muitos dos que se dizem defensores da democracia e afinal não sabem o que é praticar a liberdade», defendeu Marques de Almeida, acusando o ex-presidente da República de continuar «a ser influenciado pelo marxismo-leninismo».
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