terça-feira, março 16, 2004

Carvalhas e Bin Laden: a mesma luta?

Depois da inominável declaração de Carvalhas, vai ser preciso lembrar o enorme e longo passivo – ou será activo? – do comunismo internacional (PCP incluído) na emergência do terrorismo contemporâneo.
Vai ser preciso lembrar as ligações perigosas construídas com as suas redes e entre os diferentes movimentos, nomeadamente na Europa e no Médio Oriente.
Vai ser preciso lembrar a manipulação frequentemente orquestrada a partir do KGB (na ex-URSS), da Stassi (na ex-RDA) ou, para alguns trabalhinhos (como o atentado contra João Paulo II), os serviços búlgaros.
Vai ser preciso lembrar como, no princípio, a teoria foi marxista-leninista e a “legitimação” bebida em Engels e noutros teóricos do crime político e da guerra suja.
Para citarmos apenas uma de muitas fontes, remetemos para "O Livro Negro do Comunismo", Quetzal Editores, Lisboa 1998, págs. 309 e segs.
Seria importante ouvir a autocrítica e a clara demarcação de Carlos Carvalhas do terrível passado dos comunistas no desencadear deste jogo cego e sanguinário.
Não é provável. Mas era importante – e tranquilizador – ouvi-las. À autocrítica e à demarcação.
Para já, regressámos de repente a Lubyanka.
A tempos sinistros.
Com o mal e a caramunha.