quinta-feira, março 04, 2004

Vira o disco e toca o mesmo

Segundo a imprensa, no rescaldo das votações e do debate parlamentar sobre o aborto, “a oposição concluiu que o PSD está «preso a um acordo pós-eleitoral com o CDS e «refém» deste partido.” (ver DN)
Não é música nova. Antes melodias de sempre, visando condicionar e criar embaraços na maioria.
Esta obsessão doentia, desmentida pelos discursos e pelos factos, confirma como os objectivos da coligação radical BE / PCP / PS não passavam de pura política politiqueira. E o que “a oposição” se engasga já em explicar – e prefere esquecer – é qual foi o “acordo pós-eleitoral” que, por seu turno, os deputados do PS que divergiram da batuta radical teriam também celebrado com o CDS, deste ficando igualmente “reféns”.
Por que é que uns são livres e outros não?
Já agora, evocando excertos do argumentário tablóide da coligação radical, no debate parlamentar de ontem: será que esses mesmos deputados do PS (cuja sensibilidade humanitária é de saudar) também pertencem à “inquisição”, se guiam por “preconceito”, “obscurantismo” e “esquizofrenia sócio-jurídica” e pretendem a “barbárie”?
Que tal um pouco mais de seriedade? O tema merece.