sábado, maio 22, 2004

Variações politicamente correctas do "demasiado chocante"

Está repleto de observações certeiras o interessante artigo de Helena Matos, hoje no PÚBLICO. Apenas um excerto:

«...não vimos os corpos ou o que deles sobrava de Teli Hatuel, de 34 anos e grávida de oito meses, nem das suas filhas, Hila, de 11, Hadar, de nove, Roni, de sete, e Meray, de dois, assassinadas por dois membros da Jihad Islâmica quando viajavam numa estrada de Israel.
Mas se as variações sobre o conceito de demasiado chocante explicarão que não vejamos determinadas imagens e sim outras, elas já não explicam a distorção de certas notícias. Por exemplo, não explicam que para ilustrar as notícias sobre o atentado que vitimou a israelita Teli Hatuel e as suas quatro filhas a imprensa portuguesa não tenha escolhido uma fotografia desta família antes do atentado ou do seu carro metralhado mas sim o cadáver de um dos seus assassinos. Ou seja não só as vítimas foram apagadas como o corpo do terrorista morto e caído junto às lagartas dum tanque israelita foi aquilo que se mostrou.»


A "canalização" selectiva do nosso olhar sobre várias outras situações e casos mundiais é objecto de uma análise crítica objectiva. Vale a pena ler na íntegra.