Mal foi conhecida a escolha do slogan de campanha para as próximas eleições europeias por parte da coligação entre o PSD e o CDS/PP, a brigada do politicamente correcto atacou de imediato o FORÇA PORTUGAL com os preconceitos e banalidades do costume. Como se animar força e convicção a Portugal na construção europeia lhe fosse hostil.
É pouca reflexão e pouco conhecimento.
Pouca reflexão sobre temas principais da agenda europeia dos próximos 5 anos, como uma reforma dos Tratados onde importa velar pela garantia do princípio da igualdade dos Estados ou a difícil negociação de um novo quadro financeiro para 2007-2013. Para só citar alguns dossiers.
E também pouco conhecimento da realidade dos sentimentos dos povos europeus, sem cujo respeito não é a Europa que se constrói, mas que se desentende. No último Eurobarómetro 60 (Fevereiro 2004, pag. 27), num dos quadros de análise que é mais interessante analisar ao longo dos anos, sobre o binómio identidade europeia e nacional, verifica-se que:
- No conjunto da União Europeia dos 15, 40% só reconhecem a sua identidade nacional, 47% afirmam primeiro a identidade nacional e depois a europeia, 7% afirmam primeiro a identidade europeia e depois a nacional e somente 4% declaram deter apenas uma identidade europeia.
- E, entre os portugueses, são 51% os que só reconhecem a sua identidade nacional, 43% afirmam primeiro a identidade nacional e depois a europeia, 3% afirmam primeiro a identidade europeia e depois a nacional e somente 2% declaram deter apenas uma identidade europeia.
Vale a pena, aliás, consultar os números de todos os povos da U.E., para nos deixarmos de complexos. É - repetimos - no último Eurobarómetro 60 (Fevereiro 2004, pags. 27 e segs.).
Vale a pena dar uma olhada, para tirar as suas próprias conclusões. Sobre este e outros quadros bem interessantes, como, por exemplo, os que tratam, logo a seguir, de "orgulho nacional" e "orgulho europeu". Sem complexos, somos orgulhosamente portugueses (92%) e orgulhosamente europeus (66%).